Postado em: 01/07/2017 01:37:02 - Por: Gutemberg Rocha - Visitas: 1251
Navio Oxidado Velho navio encalhado no mar
Em estado de inatividade,
A mesma maré em que flutuavas
Agora te observa consumido
Pela maresia e pelo tempo.
Já não tens mais a beleza da juventude,
A bússola que te norteava,
Nem as velas ao vento arremessando
Rumo aos teus rumos.
Quantas histórias e amores
Em teu aposentos?
Quantas lembranças, confidências e dores
Rebentadas as ondas em tua prancha?
Quantos reis e rainhas te reinaram?
Quantas danças em teus salões?
Quantos escravos e reus remaram em teus porões?
Quantos poetas foram a tua proa
Apreciar a noite, as estrelas e a Lua?
Quantos réis carregastes em ouro
Ou em mercadorias em contêineres
Para mercados nos continentes?
Quantas lutas travadas contra piratas saqueadores?
Quantas dores até ser oxidado
Pelo mesmo oxigênio que respiro
E me oxida?
Oh, navio, tu que já foste vida
E agora é só morte,
Ao menos tens mais sorte
Neste túmulo pedaço de mar
Aos olhos. Aos meus, terra.
Gutenberg Rocha
Seja o primeiro a comentar esta matéria!
Mais de:
poesias | Comentar a matériaExorcizar o gado é uma poesia da autoria de joão moura: Natural de vila nova do piaui, joao moura surge...
A poesia deste autor não parece ser puramente confessional, tampouco assintomática....
Poeta joão moura de vila nova do piaui, recentemente lançou o...
...
O Menino que gostava de caçar passarinhos é uma poesia do poeta picoense Vilebaldo Rocha, ...
Ver todas de: poesias