Por: Nonato Fontes em 05/2014 - Visitas: 2204
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu no dia 14 de março de 1847 na fazenda cabaceiras perto de Curralinho, hoje Castro Alves, no Estado da Bahia. Filho de D. Clélia Brasília da Silva Castro e do Dr. Antônio José Alves.
Castro Alves desde pequeno já mostrava seus dotes artísticos, pois com apenas dezessete anos escrevia suas primeiras poesias. Isso se deve ao fato do escritor ter sido criado num ambiente literário propício. No colégio ou no lar sempre aconteciam os saraus, outeiros (Festa que se realizava no pátio dos conventos, e por ocasião da qual os poetas glosavam motes dados pelas freiras), arte, música, poesia e declamações nos quais o poeta sempre participava.
Quando a família se muda para Salvador, uma tragédia atinge o poeta, a morte da mãe vítima da tuberculose, doença que logo depois vem a causar a morte de Castro Alves. Com a necessidade de prosseguir nos estudos parte ele e seu irmão, José Antônio para Recife. Já no Recife ele publica A Canção do Africano, seus primeiros versos abolicionistas, tema esse que logo depois o fizera ficar conhecido como o poeta dos escravos. Ainda no recife sofre com a loucura do irmão José Antônio que chega ao suicídio, apesar da vida boêmia e do charme com as mulheres, conhece a atriz, Eugênia Câmara vindo a se apaixonar por essa. Nesse espaço de tempo escreve o poema O Tísico, que logo depois recebe o nome de Mocidade e Morte, Matricula-se na faculdade de direito do Recife e no início do ano letivo declama com grande eloquência o poema O Século.
A tuberculose se manifestou e em 1863 o poeta sofre a primeira hemoptise. Em 16 de dezembro volta com Fagundes Varela a Salvador, onde presencia a morte do pai no ano seguinte. Quando volta para o Recife se matricula no segundo ano da faculdade onde funda juntamente com Rui Barbosa e outros amigos uma sociedade abolicionista. Apesar da doença em evolução, o poeta não parou de produzir e por volta de 1866 termina a peça de teatro, Gonzaga ou a Revolução de Minas, que foi representada na Bahia e em São Paulo.
Em 1868 vai para o Rio de Janeiro em companhia de Eugênia Câmara onde ao chegar é recebido por José de Alencar. Durante sua estadia no Rio recebe a visita do consagrado escritor, Machado de Assis, que logo depois trocam várias correspondências com elogios do escritor ao poeta. Do Rio viaja para São Paulo, sempre em companhia de Eugênia Câmara, chegando lá resolve prosseguir seus estudos matriculando-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Continuou a escrever inúmeros trabalhos que eram publicados em jornais ou recitados em festas literárias, causando uma grande impressão. Na época com apenas 21 anos de idade.
Em 7 de setembro de 1868 publica o seu Tragédia no Mar, que logo depois ganha o título de Navio Negreiro, dando com ele um dos mais belos gritos de repúdio à escravidão dos negros. Começa uma crise de ciúme e brigas com sua companheira Eugênia, causando a separação. O poeta que gostava de caçar, num acidente acerta com um tiro de espingarda seu pé, ferimento esse que arruinou e causou a amputação do membro. No dia 31 de outubro viu Eugênia Câmara pela última vez numa apresentação no Teatro Fênix Dramática. Já debilitado pela tuberculose resolve voltar para Salvador, depois tenta procurar melhora nos campos da Fazenda Santa Izabel, Itaberaba. Em setembro volta a Salvador onde ler para um grupo de amigos A Cachoeira de Paulo Afonso e lança Espumas Flutuantes, aparece em público pela última vez em 10 de fevereiro de 1871 numa récita beneficente. Morre no dia 6 de julho de 1871 aos 24 anos de idade, calando a voz do rei dos versos condoreiros e conhecido como o poeta dos escravos, Antônio Frederico de Castro Alves.
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