Por: Nonato Fontes em 09/2014 - Visitas: 4405
Há dois meses, quase exatamente, recebi a bênção de mais um filho, desta feita uma garotinha, Ana Lis. A felicidade não quero descrever, mesmo porque, não conseguiria, relato aqui meus momentos antes e depois de vê-la no hospital.
Mais ou menos umas 23 horas da noite do dia 3 de junho de 2014, acordei pela voz de minha esposa falando de uma bolsa. Atordoado perguntei: que bolsa? Achei que alguém ia viajar. Ela respondeu: A bolsa estourou! Daí foi aquela confusão, eu correndo para um lado e outro e nada resolvia, até que recebi ajuda de outros. Aqui encerro esse primeiro ato.
No hospital, levaram-na (minha esposa) para a sala de cirurgia, era cesárea, O PARTO! Atentem para o c minúsculo. Bom, demoram uma eternidade com ela por lá, minha imaginação ia a mil, até que uma enfermeira retorna lá de dentro, fiz menção de indagar pela mulher, porém ela adiantou-se: você é o motorista da ambulância? Tudo que respondi foi um não, quase um pra quê? Mas ela foi logo saindo. Minha imaginação agora se multiplicou. Ambulância!? Pra quê?! Saí atrás da dita cuja, quando a encontro, vinha cantarolando uma cantiga da Bahia, não conheci. Tentei falar com ela, ainda levantei um pouco a mão, mas, parece da natureza dela, se adiantou e disse: Depois que ela vier para a sala de maternidade, você tem direito de ver a filha por 5 minutos. Acabo aqui o segundo ato.
Já sabendo que a enfermeira tinha visto o sexo do bebê, também já sabia que eu não era o motorista da ambulância e sim, o pai, fiquei calmo. Mas pra que era mesmo o motorista da ambulância?! Tentei esquecer isso também. Depois de mais alguns minutos, vejo o carrinho passando com a mulher e a garotinha (minha esposa e minha filha) esperei um pouco, enquanto agasalhavam-nas no quarto, mais ou menos 1 minuto, achei muito, e vocês? Daí fui em direção à porta onde se encontrava um cidadão porteiro meio cochilando, só meio, pois ouviu minhas pisadas, foi logo chamando em tom poderoso, EI VOLTA! Também não reclamei, voltei e argumentei minha situação, gostaria de ver minha filha que acaba de nascer. Parece que não ouviu, ou fez de conta, apenas disse: só no horário de visita, agora só a acompanhante! Lembrei-me do que a enfermeira falou, mas a senhora ali, a enfermeira, disse que o pai tem direito de ver a filha recém-nascida durante 5 minutos, é rápido. Ele redarguiu: O pai! Avô não! Acabo aqui, humilhado, o terceiro ato.
Para encerrar essa peça, drama quase sexagenário. Fica aquela confusão em minha cabeça: por que cargas d'água aquela enfermeira queria perguntar se eu era o motorista da ambulância?! E para que setecentos coisas ruins ela queria aquela ambulância?! Justamente naquela hora?! Ainda bem que a família já está completa, agora é só curtir.
FIM!
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