Por: Leandro Nunes em 08/2014 - Visitas: 1989
Ele e Ele Mesmo
Lágrimas negras caem, rolam em meio a um terreno infértil. Neste terreno muitas estimas por lá passaram e agora seguem como em uma marcha fúnebre, o rastro dos seus calçados ficou neste terreno; alguns mais profundos... Outros tão insignificantes que o vento apagou.
Muitas vezes parou para olhar para traz... Sentiu muita dor. Mas decidiu não deixar isso sucumbí-lo, pois a estrada é um percurso sem fim, quem para ou cai fica para trás. Por isso, aprendeu a viver sem ver, e não via o que os outros viam, mas sabia de tudo. A sua mente tinha a capacidade de conversar com alguém e a partir da conversa, isto é, da análise do discurso, poder ver além do que qualquer um possa ver, pois o ethos que emanava dessas pessoas não era digno de confiança.
Suas estimas pregressas não entendiam o fato de toda sua vida ter mudado dessa forma. Mas ele dizia: "a minha vida não mudou, ela é a mesma, eu foi quem mudei. Consegui transpor a barreira do faz de contas, não sinto mais prazer na utopia, no ideal, no irreal. Sou o que sou agora, fruto de angústias e decepções fortuitas, sem intenções, mas que no âmago dos pensamentos rasgo e queimo a ceda entre os dedos, para me fechar em uma cúpula".
A partir desse momento a calmaria permeia e ele consegue chegar ao mar da tranqüilidade. Ele e ele mesmo, pois ele é toda estranheza e cheio de conflitos; ele mesmo, por sua vez, é mais descontraído e todo emoção. Juntos amalgamam e formam o necessário para viver nesta terra, onde todos usam uma máscara.
Mas de quem foi a culpa?...