Por: Nonato Fontes em 06/2014 - Visitas: 2766
Era uma caminhada matinal, fazia parte da XXI Festa Cultural do Instituto Monsenhor Hipólito. Desfilavam alegres: Pais, professores, coordenadores, alunos e amigos da escola. Era um clima extremamente saudável para um dia de quinta feria.
Minha imaginação fluía, deslizava por cada criança, cada família, observava o semblante de cada um, suas alegrias eram exibidas sem manchas pelo brilho dos olhos. Ali havia pensamentos diversos, cada um a seu modo, pais e filhos juntos em busca do caminho positivo da vida.
Mas alguma coisa me aturdia, chamava para o dia anterior: As manchetes que me obrigavam a sentar e pensar melhor o que estava acontecendo na caminhada do país em sua busca de estabilidade, de respeito entre irmãos. Lembrei-me de uma sena torpe promovida por soldados da polícia militar de São Paulo contra uma mulher que participava de um movimento de protesto na noite de ontem (01/06/2016). Após um deles dar um golpe na mulher, que caíra estatelada no chão, de imediato três ou mais soldados, como se fora um animal feroz que ali foi derrubado, caíram em cima dela dando golpes para imobilizá-la, a mesma estava grogue, não sabia nem mesmo onde estava mais.
Pensei em instante, que tipo de pessoa, minimamente pensante, teria a coragem de agredir um ser humano, em especial aquela mulher que nada fazia para ameaçar a segurança de cada um daqueles soldados ou de alguém que por ali passava. Não tiro o mérito da ordem dada à polícia, mas seres humanos respeitam em primeiro lugar o próximo, independente de ordens superiores. Naquela hora busquei imediatamente o ombro do meu filho, como se estivesse querendo protege-lo de algo.
Voltei a concentração naquelas crianças, cada uma dando seu passo diferenciado, um sonhando com uma bola, outra uma boneca, alguns manejavam as mãos como se guiassem um fórmula um. Era um mundo à fantasia, estive a ponto de ganhar espaço entre eles e viver aquela festa que se tornava cada vez maior com o passar do tempo que caminhávamos pelas ruas da cidade.
Mas como a preocupação de pai não se esvai com o amanhecer do dia, voltei o pensamento naquele episódio e o quão pequeno me senti diante daquilo. Não somos de ferro, às vezes nos colocamos diante de obstáculos que exige muito mais do que somos capazes. Pensei o quanto de importante tinha naquela caminhada em relação a momentos tristes como o que aconteceu em São Paulo, bastava olhar nas pessoas que se juntavam para dividir um momento tão sublime na vida de cada estudante. Ali estavam caminhando lado a lado família e educação a verdadeira escola: Professores, coordenadores, alunos, pais, funcionários e diretores da instituição. Todos juntos buscando o Amor e a Paz, Tema da Festa Cultural (É plantando AMOR que se colhe PAZ) que se iniciava com aquela gente pelas ruas da cidade. Comecei a pensar que cada um de nós é capaz sim, basta entender que é com educação, cuidado e principalmente Amor, que podemos transmitir a cada um dos nossos filhos a verdadeira essência da vida, que se resume em Paz, Amor e Educação.
Programação: XXI Festa Cultural do Instituto Monsenhor Hipólito
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