Por: Nonato Fontes em 12/2018 - Visitas: 3105
As Crenças de Zé de Chico - Melhor não Duvidar!
Pense num cabra que acredita em tudo, Zé de Chico. De supersticioso a folclórico, tudo para ele é verdade. Diz para todos que é bom não duvidar! Na sua casa se encontra logo no pé da porta um pinhão roxo para espantar mau olhado, na sala, um pouco de sal grosso nos cantos, na geladeira um jarro com um ornamento feito de um pequeno galho de árvore soltando para os lados cabeças de alho, o resto da casa ninguém sabe, pois a visita para por aí.
Zé de Chico é um parceiro de pelada de final de semana, mas parece um Saci Pererê entrando em campo, vai da lateral até sua posição pulando de um pé só, sempre o direito. Quando alguém quer sorrir, parece que fica é torcendo para o cabra se arrebentar só para ele dizer: não acredita no que digo, olha aí no que deu!
Vez por outra, Zé deixa de ir ao jogo, os motivos são os mais impossíveis de imaginar. Certo dia, por exemplo, quando já ia chegando o campo, lembrou que deixou de apagar a luz do quarto ao sair, voltou de repente. Alguns dos nossos achou que era somente o gasto de energia que o aturdia, ele ia voltar logo, mas não voltou. Sabe qual foi a razão? Alguma coisa dizia para ele não ir ao jogo naquele dia, o aviso foi a lâmpada esquecida acesa.
Outro exemplo, esse pode ser que mude o Zé, pois ainda sente o resultado arder em sua pele por causa de tantas crendices.
Estávamos com um jogo marcado para uma localidade próxima, já tudo preparado: caminhão aguardando, quase todos os jogadores na carroceria, camisas já sendo divididas entre titulares e reservas, estratégias definidas para enfrentar o adversário, mas... Cadê o Zé de Chico?
Depois de um bom tempo no aguardo, resolvemos ir até a casa do Zé, antes de chegar, de longe já avistamos ele sentado ao pé da porta com uma enorme atadura à mão, seu joelho apresentava um ferimento horrível! Contou-nos que depois de tudo pronto para sair, quando ia cruzando o batente da porta para a rua, esqueceu-se da rotina e já ia colocando o pé esquerdo antes do direito ao chão, quando lembrou e trocou apressadamente, logo descobriu que ficou sem nenhum de apoio e somente o joelho foi a sua salvação para não perder o nariz, ou outra parte do corpo.
Zé de Chico continua do mesmo jeito, parece que nada muda sua cabeça, nem o joelho em frangalhos o fez perder sua crença, continua como um Saci ao entrar em campo, mas ele não é o único, e ninguém tem nada com isso, como diz ele: MELHOR NÃO DUVIDAR!