Por: Nonato Fontes em 05/2014 - Visitas: 4512
Uma prática muito comum no cotidiano é definir a cultura a partir do aspecto erudito concebendo-o como arte, literatura, música ou pintura. Nesta perspectiva pode-se afirmar que tal definição fica restrita a alguns aspectos isolados, desconsiderando a complexidade da cultura que compreende todas as formas de vida de uma sociedade ou de um grupo social.
Um dos conceitos correntes entre as noções da sociologia é o conceito de cultura, determinado a partir do contexto social, nesse conceito se insere: Os aspectos intangíveis - crenças, idéias e valores; e os aspectos tangíveis - objetos, símbolos, ou a tecnologia que representa esse conteúdo.
Os conceitos de cultura e sociedade se aproximam, porém se dissociam, apesar das muitas conexões que os une. Uma sociedade é um sistema de relações que conectam os indivíduos uns aos outros, depreende-se, portanto, que a cultura pode ser considerada fruto dessa rede de relações estabelecidas no interior de uma sociedade estruturada a partir de seus valores e normas.
Entende-se por valores as idéias abstratas que determina o que é importante, válido e desejável a uma sociedade direcionando a vida humana. Normas são as regras de comportamento que refletem ou incorporam os valores de uma cultura.
Valores e normas variam de uma cultura para outra, e dentro de uma mesma sociedade podem se contrapor. Os valores culturais não são totalmente imutáveis, com o passar eles podem se alterar, às vezes ao se modernizarem eles evoluem, como ocorreu com as orientações sexuais na sociedade moderna.
No entanto há registros de casos que os valores são alterados deliberadamente por imposição, como acontece no Japão no início do ano 2000. Um plano emergencial do governo japonês voltado à superação da crise econômica alterou os valores culturais do povo japonês. Entendendo que a sociedade tinha um ideal permeado pela conformidade e pela igualdade, apontou com necessidade imperiosa a redução da homogeneidade. Desta forma o povo japonês teve que aderir a proposta de individualismo em detrimento do seu ideal de igualdade. Todavia vale ressaltar que os valores culturais são às vezes incrustados e alguns tendem a se perpetuar.
As normas sociais influenciam significativamente o comportamento humano dentre eles pode-se citar: movimentos, gestos e expressões. O sorriso é um gesto que traz consigo um valor cultural diferenciado. Em algumas sociedades o sorriso em público é considerado inadequado, porém a expansão da indústria e serviços alterou essa concepção, incluindo-o como parte do bom atendimento ao cliente.
Diversidade cultural
Através das culturas torna-se perceptível de prática e de comportamento humano, logo a diferença vai além das crenças. Padrões de comportamento variam de uma sociedade para outra e freqüentemente se chocam com o que em uma é tido como normal. Um exemplo clássico dessas diferenças culturais se expressa nas culturas orientais e ocidentais nos mais variados aspectos entre eles: vestuários, costumes matrimoniais, paradigmas de trabalho, hábitos alimentares, cerimônias religiosas, etc.
Os diversos traços de comportamento distinguem uma sociedade de outra, assinalando assim o que se conceitua diversidade cultural.
Sabe-se que existem pequenas sociedades que a exemplo das primitivas são permeadas pela homogeneidade cultural, mantendo o modelo monocultural, ao contrário da maioria das sociedades globalizadas que são multiculturais. Todavia, subsistem ainda as comunidades subculturais paralelas as sociedades modernas; são exemplos destas: indianos ocidentais paquistaneses, indianos bangladeshianos, italianos, gregos e chineses que atualmente pode ser encontrados no centro de Londres.
A cultura tem o importante papel de perpetuar os valores e as normas de uma sociedade, porém oportuniza a criatividade e a mudança.
Etnocentrismo
Entende-se por etnocentrismo o hábito de julgar outras culturas segundo as nossas. Os sociólogos se empenham para evitá-lo, tendo em vista que uma cultura pode ser estudada em termos de seus próprios significados e valores, surgindo assim o relativismo cultural que consiste em suspender as próprias crenças culturais e examinar a situação na perspectiva da outra cultura.
Socialização
Principal canal de transmissão de cultura através dos tempos e das gerações. A socialização interliga diferentes gerações e deveria ser vista como um processo permanente através do qual o comportamento humano é continuamente modelado pelas interações sociais.
Ela permite que os indivíduos desenvolvam o seu potencial aprendendo a ajustá-lo. Considerando a opinião dos sociólogos, este processo em duas fases: A socialização primária que ocorre na primeira infância e é um período de aprendizagem mais acentuada. Sendo a família o principal agente socializador. A socialização secundária que ocorre na infância e na maturidade através dos grupos e organizações sociais, neste contexto as interações sociais são determinantes na apreensão de valores normas e crenças que constituem os padrões de sua cultura.
Papéis sociais
Do processo de socialização entre os indivíduos decorrem os papéis sociais, que traduzem as expectativas socialmente definidas que uma pessoa segue numa dada posição social. Alguns sociólogos consideram os papéis relativamente imutáveis, o que é uma concepção equivocada, pois a socialização permite aos indivíduos a troca de papéis através do processo progressivo de interação social.
Identidade
No decorrer da socialização cada indivíduo desenvolve o sentido de identidade e capacidade para pensar e agir com independência, deste modo adquire-se a própria identidade.
A sociologia ver um conceito multifacetado de identidade, e geralmente a relaciona ao conjunto de compreensões que as pessoas mantém sobre quem elas são e o que é significativos para elas.
Há dois tipos de identidade, social e a auto-identidade. A identidade social refere-se às características que são atribuídas a um indivíduo pelos outros. É a relação desse indivíduo que compartilham dos mesmos atributos. São exemplos de identidades sociais: o estudante, a mãe, o advogado, o católico, o sem-teto, o asiático, o disléxico, o casado e assim por diante. A auto-identidade se refere ao processo de autodesenvolvimento através do qual formulamos um sentido único de nós mesmos e de nossa relação com o mundo à nossa volta.
O texto, cultura e sociedade, contêm uma linguagem simples que ajuda na compreensão do mesmo. Apesar do assunto nos parecer novo, pois começamos a nos familiarizar com a sociologia agora, podemos colher grandes frutos para um aprendizado mais amplo em relação à matéria, as novidades interessantes que colhemos ajuda a entender as enormes variações de culturas entre os povos, contribuindo para que possamos conhecer a nossa cultura e a nós mesmos. É de fundamental importância para aquele que deseja se aprofundar no mundo da sociologia. Indispensável aos alunos do curso de letras, pedagogia, jornalismo, entre outros.
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