Por: Nonato Fontes em 09/2014 - Visitas: 2550
A luta pela sobrevivência está deixando o ser humano de coração duro e sem saber o rumo que vai sua vida. Só segue na direção que aponta a sua ganância. Passa uns pelos outros como se passassem por uma pedra qualquer. Meio tonto, às vezes se esquece até da hora do almoço, ou que tem alguém que o espera para uma conversa de amigo ou um diálogo paternal. É o que vemos em nossos dias, pessoas que negam um simples cumprimento porque a pressa lhe obriga a fugir de tudo e de todos.
Um dia um amigo me parou em meio a uma movimentada rua da cidade e fez uma proposta. Dizia ele que sempre pensou em parar e ficar pelo período de uma hora ali sentado esperando quantas pessoas o cumprimentaria. Achei bem interessante aquilo. Visto que estávamos com tempo suficiente colocamos em prática a sua proposta. Os minutos eram longos, o calor nem se fala, mas aguentamos e o resultado foi o já esperado, duas pessoas nos cumprimentaram, uma amiga de sala de aula do meu colega e meu pai que passava no momento, certo que não somos tão conhecidos assim para prever um número maior, mas não observávamos somente nós dois, e sim, todos os transeuntes que por ali passou. O que procurávamos descobrir era qualquer forma de cordialidade por parte das pessoas, mas o que vimos foram caras fechadas, empurrões quando o espaço era pequeno, e outras arrogâncias que não convém descrevê-las.
Lembrando o poeta Juraíldes da Cruz, "será o MERCOSUL ou será o Benedito"? A corrida pela sobrevivência virou um flagelo humano, nós estamos esquecendo amigos, parentes e até mesmo daqueles que precisam diretamente da nossa atenção, como é o caso de jovens que se perdem por caminhos errôneos, muitas vezes por falta de diálogo na família, primeira e melhor escola de nossas vidas. Quando menino meus pais me ensinaram que um bom dia ou simplesmente um olá, muitas vezes nos presenteia novos amigos e que as amizades quando bem regadas valem tanto quanto os de casa, porém o que estamos vendo em nossos dias são discórdias, amizades passageiras, preferimos olhar para baixo que fitar os olhos do companheiro, talvez por falta de um olhar verdadeiro. Não nos cobramos gentileza, mas somos arrogantes se não nos são.
O tempo de pensar é curto e de agir mais ainda, precisamos acordar para a realidade, não podemos deixar que o mal crie raízes, nossa sociedade está à beira de uma derrocada. É verdade que a luta pela sobrevivência cobra muito de nós, mas não nos obriga a deixar de lado nossos amigos, nossa família. Para mudar essa situação, primeiro temos que entender que tudo deve partir de nós mesmos, vale lembrar que precisamos arrumar primeiro nossa casa para que possamos servir de exemplo para outros. Pensemos melhor naquilo que estamos fazendo para melhorar nosso grupo de amigos, o tempo que dispomos para a família e se esse tempo está sendo bem aproveitado, assim seremos capazes de compreender melhor a verdadeira razão de viver.
Se me perguntar se tudo isso é possível eu direi que se cada um fizer a sua parte teremos uma grande chance de chegar lá. Agora o que não podemos é deixar que nossos pensamentos negativos criem asas, vamos acreditar em nós e em nossos amigos, direcionemos nossas mentes para o bem, pois é a partir de nós mesmo que podemos começar a construir um futuro de paz e harmonia.
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